Desde erros no transporte à falta de treinamento da equipe, vários são os fatores que podem levar a perdas no hortifrúti. Leia e previna-se!
A prevenção de perdas no setor hortifrúti é um assunto estratégico, uma vez que segundo a Associação Brasileira de Prevenção de Perdas, esse problema pode afetar até 20% do rendimento total de um supermercado, por exemplo.
Segundo dados da FAO/ONU divulgados no Hortifrúti Brasil, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidas ou desperdiçadas anualmente na cadeia alimentar, o que corresponde a 30% do que é produzido no mundo. O segmento de frutas, legumes e verduras é o líder entre as perdas.
Mas não se desespere, pois esse problema pode ser prevenido adotando ações adequadas. São táticas fáceis de aplicar no dia a dia do seu negócio, mas que irão fazer uma grande diferença no resultado final. Vamos aprender quais são? Continue a leitura.
1. Escolha adequada das cultivares
Os aspectos relacionados à adaptação das cultivares a regiões específicas, que incluem as condições edafoclimáticas – que compreendem os fatores do meio, como altitude, solo, vento, precipitação pluvial, entre outros – devem ser cuidadosamente considerados.
Também deve-se realizar uma análise detalhada levando em consideração dados provenientes de pesquisas, suporte técnico, conhecimento sobre o fabricante das sementes, experiências de agricultores locais e históricos da safra anterior.
Características varietais como produtividade e estabilidade, tolerância a doenças, grupo de maturação, composição e altura dos grãos, bem como aparência devem ser pesadas em ordem de importância.
2. Implementação de boas práticas agrícolas
As boas práticas agrícolas são um conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas aplicados nas etapas da produção, processamento e transporte, tanto de produtos vegetais alimentícios quanto não alimentícios.
Seu objetivo é promover uma oferta de alimentos seguros para preservar a saúde humana e proteger o meio ambiente, enquanto se busca melhorias nas condições dos trabalhadores rurais e suas famílias.
3. Monitoramento e controle de pragas e doenças
O gerenciamento integrado de pragas é uma abordagem ampla que enfatiza ações preventivas, corretivas e educacionais com o propósito de evitar problemas prejudiciais à saúde pública e ao desempenho econômico causados por pragas.
Esse controle é baseado em três grandes linhas de atuação:
- Precauções preventivas: que envolvem a limpeza e desinfecção, ordenação e gestão do ambiente, conscientização e educação ambiental.
- Medidas corretivas: que tratam da implantação de barreiras físicas e remoção mecânica, complementadas por controle químico.
- Estratégias educacionais: com a implementação de ações que promovam práticas ambientalmente corretas para prevenir condições propícias ao surgimento de pragas urbanas.
4. Técnicas de pré-colheita, colheita e pós-colheita
Durante as três etapas que se relacionam à colheita, o antes, o durante e o depois dela, é necessário ter atenção à higiene geral, com cuidado na condição de limpeza das instalações e dos equipamentos utilizados no cultivo e na colheita.
No pós-colheita especificamente, é preciso observar a conservação e o transporte até as instalações de estocagem e distribuição, com ações que envolvem o controle das operações.
Cuidados que buscam reduzir riscos e garantir a segurança do meio ambiente, dos trabalhadores rurais, da lavoura e do consumidor.
5. Utilização de embalagens adequadas
A embalagem é utilizada durante a colheita, o transporte e o varejo de produtos hortifrúti. Sua principal função é prevenir danos mecânicos ao agrupar os produtos em unidades adequadas para distribuição e manuseio no mercado. É por isso que elas são essenciais.
Uma das principais formas de prevenir perdas pós-colheita é utilizar uma embalagem adequada. Por esse motivo, empresas têm produzido diferentes tipos de embalagens com materiais variados – incluindo madeira, papelão, plástico, juta e nylon – para armazenar frutas e verduras frescas.
A embalagem serve não apenas para conter, preservar e proteger alimentos, mas também atua como barreira contra contaminações químicas, físicas e microbiológicas que podem prejudicar a saúde do consumidor.
Ao cumprir essas funções de forma eficiente, a embalagem ajuda a reduzir o desperdício de alimentos. Além disso, mantém a qualidade e segurança dos produtos armazenados.
6. Otimização do transporte
A fim de preservar a qualidade e segurança alimentar dos produtos transportados, é imprescindível que a empresa responsável pelo transporte de frutas e vegetais adote algumas práticas adequadas.
A mais essencial é ter cuidado com a temperatura e a umidade. No transporte de hortifrútis, uma grande preocupação é a proliferação de microrganismos que podem comprometer todo o carregamento, tornando-o impróprio para consumo humano.
Portanto, o transporte desse tipo de alimento deve ser realizado em ambiente devidamente higienizado e também climatizado.
7. Treinamento e capacitação da equipe
Assim como no transporte de mercadorias refrigeradas, o transporte de frutas exige que a equipe do transportador tenha habilidade no manejo da carga, assim como todos que se envolvem no processo desde a lavoura até a entrega da mercadoria.
Além de evitar multas, também evita que a mercadoria fique exposta a condições desfavoráveis que possam afetar a qualidade da carga e torná-la imprópria para consumo.
A capacitação deve ser contínua, para ter as boas práticas agrícolas sempre presentes.
8. Monitoramento contínuo e ajustes no processo
Por fim, é importante monitorar todo o processo sempre que possível, a fim de solucionar pontos críticos que possam contribuir para perdas no hortifrúti.
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